Diariamente são realizados cerca de 100 testes de amostras encaminhadas pelo Hospital das Clínicas e Hospital Universitário, ambos em São Paulo.
14 de abril de 2020 – Com a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 e a doença causada por ele (COVID-19), a Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU, na sigla em inglês) interrompeu temporariamente suas atividades e se concentrou na realização de testes para o diagnóstico da COVID-19. A SPPU é um dos 45 laboratórios que passaram a fazer testes para acabar com as filas de exames no Estado de São Paulo. A rede é coordenada pelo Instituto Butantan.
Com apenas 12 pesquisadores – boa parte deles trabalhando de forma voluntária, a SPPU está realizando cerca de 100 exames por dia, atendendo à demanda do Hospital das Clínicas e do Hospital Universitário da USP, ambos na capital paulista. O tipo de teste usado para identificar o SARS-CoV-2 é o molecular que aponta, em tempo real, se o vírus está em ação no corpo humano. É um teste considerado “padrão ouro” pela certeza do resultado correto.
Além de realizar testes, a SPPU vem desenvolvendo várias pesquisas de urgência sobre o SARS-CoV-2 e a COVID-19. Uma delas, com recursos do Instituto Pasteur, visa o desenvolvimento de um novo teste rápido para COVID-19, porém, com maior precisão no resultado, próximo ao teste molecular.
Inaugurada em julho passado, a SPPU deveria começar a atuar no início deste ano com a chegada de todos os equipamentos necessários para o desenvolvimento de pesquisas. Isso ocorreu no início de março, às vésperas da pandemia eclodir no Brasil. “Tivemos que reagir rapidamente e botar a plataforma para funcionar, interrompendo temporariamente todas as outras atividades para nos dedicarmos exclusivamente no combate ao SARS-CoV-2”, afirma a biomédica e virologista Paola Minoprio, coordenadora da SPPU e diretora de pesquisa no Departamento de Saúde Global do Instituto Pasteur, em Paris.
Fruto de um acordo entre o Instituto Pasteur, de Paris, a USP e a Fiocruz, a SPPU foi criada para funcionar como uma célula de urgência, focada no desenvolvimento de diagnóstico e tratamento de agentes patogênicos emergentes, em especial aqueles que causam danos no sistema nervoso central, como os vírus da zika e dengue, por exemplo.