Institut Pasteur de São Paulo

Parceria entre IPSP, ICB-USP e WWU viabiliza curso sobre técnicas moleculares para diagnóstico de malária e de vírus emergentes no campo

Parceria entre IPSP, ICB-USP e WWU viabiliza curso sobre técnicas moleculares para diagnóstico de malária e de vírus emergentes no campo


 

Voltado para estudantes internacionais de pós-graduação, curso foi realizado neste mês, com atividades em campo e nos laboratórios do Institut Pasteur de São Paulo.

Ao longo do mês de agosto, o Institut Pasteur de São Paulo (IPSP) e o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), em parceria com a Universidade de Münster (WWU), da Alemanha, no âmbito do programa de dupla titulação SãMBio entre a WWU e a USP, realizaram o curso Diagnóstico Molecular de Malária e Vírus Emergentes no Campo. O curso foi focado em técnicas moleculares para o diagnóstico da malária e de infecções virais. Ocorreu por meio de aulas teóricas e práticas, realizadas no Clube de Campo de São Paulo (Zona Sul da Capital), em uma área remanescente de vegetação da Mata Atlântica, e nos laboratórios do IPSP e do ICB II.

Essa foi a primeira parceria com foco na pós-graduação entre o ICB-USP e o recém-inaugurado IPSP. Foi uma oportunidade única para pós-graduandos do Brasil e da Alemanha da área biomédica de adquirir conhecimentos sobre técnicas moleculares básicas para malária e doenças virais emergentes, no diagnóstico de infecção em situações de campo.

“É um curso único, com certeza. Não só pelo alinhamento inédito entre instituições de grande renome na pesquisa biomédica, mas, principalmente, por fornecer uma rara experiência de campo na captura de vírus emergentes, dentro da Mata Atlântica onde a malária é endêmica e há uma vasta biodiversidade e, consequentemente, uma ampla gama de patógenos”, afirma Carsten Wrenger, professor do Departamento de Parasitologia do ICB-USP, pesquisador do IPSP e um dos coordenadores da disciplina.

Estrutura de ponta – Na primeira semana do curso, os alunos foram treinados para capturar aves — sobretudo morcegos — e roedores considerados reservatórios naturais e possivelmente contaminados, além de como processar as amostras coletadas e extrair os ácidos nucleicos para análise viral. Em seguida, na segunda semana, eles fizeram o diagnóstico de diferentes espécies de Plasmodium, o patógeno da malária. No final do curso, tiveram ainda a oportunidade de

aprender na prática as estratégias de captura de animais silvestres com orientação e acompanhamento de especialistas na área, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CEMACAS) da Prefeitura de São Paulo.

“As aulas sobre diagnóstico da malária, coleta e extração das amostras foram realizadas no IPSP, pois trata-se de um local com laboratórios amplos de diferentes níveis de biossegurança (NB1, NB2 e NB3), que são referência na área de biologia molecular e possuem equipamentos de última tecnologia”, detalha o professor.

Além de Wrenger, as aulas foram ministradas pelos professores Luís Marcelo Aranha Camargo (Departamento de Parasitologia do ICB-USP, no campus do ICB-V em Monte Negro (RO); Gerhard Wunderlich (Departamento de Parasitologia do ICB-USP); Jansen de Araujo (Departamento de Microbiologia do ICB-USP) e Edison Luiz Durigon (Departamento de Microbiologia do ICB-USP e pesquisador do IPSP). “É um curso que demonstra muito dos estudos que fazemos junto com pesquisadores do ICB-USP e no grupo de pesquisa de Virologia Clínica e Molecular, que eu e Durigon coordenamos no IPSP”, acrescenta Wrenger.